História, memória, filosofia negras

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Apesar da pandemia fazendo nossos projetos andarem mais lentamente, e da responsabilidade de possibilitar [junto com a família] o pleno desenvolvimento de um filho de 2 anos nessa situação, tenho procurado dar continuidade à pesquisa acadêmica principalmente no tocante àquelas lacunas que ficaram sobre história, memória, filosofia negras. A partir dos monumentos à chamada nação brasileira – como é considerado o 7 de setembro, por exemplo – procuro me deter no que ficou à margem. Nesse sentido, investigo o que se aquilombou e se desenvolveu também como narrativa nos logradouros nomeados de 7 de Setembro em algumas capitais brasileiras [a começar por Salvador, onde desenvolvi a tese de doutorado em Arquitetura e Urbanismo], subvertendo ou profanando a lógica colonizadora de uma narrativa única. Ainda no tocante aos monumentos, iniciei uma pesquisa sobre a estátua à Mãe Preta, presente em São Paulo e em Campinas, procurando entender de que modo as diferentes populações, os diferentes movimentos culturais, as diferentes comunidades negras se relacionam com ela. Essa pesquisa, especialmente, me requer um conhecimento que não tenho acesso ainda e acredito que o curso “Fazedoras de memórias negras” poderá me proporcionar uma base mais consistente de indagação e busca por conhecimento. Além disso, na vida cotidiana tenho participado de grupos de estudos e práticas em cultura popular, sobretudo de coco de roda e percussão, ricos em fazeres tradicionais negros e/ou nordestinos. Ultimamente, também tenho me envolvido com o coletivo Terra Viva, que trabalha para o escoamento da produção agrícola do Quilombo do Senhor do Bonfim [Areia, Paraíba] e para o fortalecimento da história e da cultura da sua comunidade.