Pesquisar

Impulso Coletivo

Área
Tipo
Organização
Tags
Estado

Como citado anteriormente, há 14 anos desenvolvo com meu grupo de teatro Impulso Coletivo processos criativos conectados com território negros na região central da cidade de São Paulo, como a Vila Itororó e a Baixada do Glicério. Na Vila Itororó, o grupo atua desde de 2008, tendo integrado a luta das cerca de 80 famílias moradoras contra o poder público para permanecer no local onde criaram suas vidas e histórias por 3, 4 gerações. Nesse contexto o grupo criou a peça “Cidade Submersa” (2010) que, contendo depoimentos teatralizados de ex-moradores, até hoje é um documento cênico daquelas luta e presenças apagadas do local. A peça foi apresentada diversas vezes no local, mesmo depois da retirada dos moradores e agora transformada num equipamento público de cultura, com objetivo de sustentar essa narrativa de resistência e não permitir que essas ausências sejam naturalizadas por completo. Em 2019, desenvolvo junto com o escritor e jornalista Abílio Ferreira a intervenção multilinguagem “Reintegração de posse” dentro da programação especial da 5a. Jornada do Patrimônio, que teve apresentação de “Cidade Submersa” e estreia de “Casa de Fayola”, experimento cênico que desenvolvi junto da diretora negra Camila Andrade, baseado no conto homônimo de Ferreira que foi publicado no 8o. Caderno Negro (1985), sobre os conflitos de um casal negro que vivia na Vila Itororó. A intervenção ainda contou com a exposição “Reintegração de Posse”, que contou com impressões em tecido das páginas do conto “A casa de Fayola”, capas e contra-capas dos Cadernos Negros, e ainda fotos do ensaio fotográfico “Suas outras memórias” do Impulso Coletivo e da fotógrafa Alícia Peres, com imagens das casas da Vila Itororó logo após a primeira desapropriação em 2011. Na Baixada do Glicério, o grupo estreia em 2015 “A real fábula da Cidade Suspensa” dentro da Casa do Migrante na Paróquia Nossa Senhora da Paz, abordando a história colonial e contemporânea de ocupação do região. Em 2020, o grupo foi contemplado pela Lei Aldir Blanc para realizar a montagem de “Nossa Senhora das Nuvens” na Paróquia Nossa Senhora da Paz e transformar em uma peça de maior duração “Casa de Fayola”, esta dentro da ocupação da própria Vila Itororó.